segunda-feira, 23 de maio de 2011

"O GRANDE BURACO AZUL DE BELISE"





Belize é um pequeno país continental da América Central. Ao longo de toda sua costa litorânea caribenha, se encontram recifes de coral. Belize é o lar da segunda maior barreira de coral do mundo, sendo a maior dos hemisférios norte e ocidente.


Classificada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, a Barreira de Recifes do Belize possui inúmeras atrações naturais. Mas a mais famosa, e, provavelmente, mais bela delas é o Grande Buraco Azul, que, como o próprio nome diz, é um buraco azul.

Um buraco azul? Sim. Quando usamos essa expressão, estamos falando sobre depressões submarinas repentinas, isto é, com paredes íngremes e com um formato aproximadamente circular. O contraste entre o azul escuro das águas profundas com o azul claro das águas que rondam o buraco é considerado uma das paisagens mais bonitas do mundo, além de ser uma zona muito procurada por mergulhadores.


O Grande Buraco Azul é o maior buraco azul do mundo. São cerca de 300 metros transversais e 125 metros de profundidade. Está próximo do centro do Recife Lighthouse, um pequeno atol a cem quilômetros da Cidade de Belize, capital do país. No último período glacial, quando os mares eram muito mais baixos, o buraco azul era um conjunto de cavernas calcárias. À medida que o nível dos oceanos começou a subir, as cavernas foram inundadas e seu topo desmoronou. Resumindo: o Grande Buraco Azul nada mais é que uma caverna submarina vertical.

O lugar se tornou famoso através de Jacques-Yves Cousteau, um oficial da marinha francesa, explorador, ecologista, diretor de cinema, inventor, cientista, escritor e pesquisador do mar e suas formas de vida, que viveu entre 1910 e 1997. Cousteau declarou o Grande Buraco Azul como um dos dez melhores lugares para a prática de mergulho do planeta. Em 1971, ele levou seu navio, o Calypso, ao buraco para mapear sua profundeza. As investigações desta expedição confirmaram que o Grande Buraco Azul surgiu como uma típica formação cárstica de calcário formada antes do aumento do nível dos oceanos em, pelo menos, quatro fases, deixando sinais em profundidades de 21, 49 e 91 metros. Estalactites (forma colunar pendente no teto de cavernas, crescendo em direção ao chão, formadas pela queda de carbonato de cálcio arrastado pela água que goteja do teto) foram encontradas em cavernas submersas, confirmando sua formação acima do nível do mar.

As águas do local são tão cristalinas que possibilitam a luz solar chegar a aproximadamente 60 metros de profundidade, o que deu a origem à colônias de corais e uma vida marinha de um colorido espetacular. É comum o encontro com tartarugas, tubarões e arraias, que nadam graciosamente entre os corais e algas, aparentemente sem temer a aproximação do homem. Merecem destaque a garoupa-gigante (Epinephelus lanceolatus), um peixe que pode alcançar mais de 500 quilos e dois metros de comprimento; e os tubarões do recife de Belize (Carcharhinus perezi) e o galha-preta (Carcharhinus limbatus), que podem ser encontrados inclusive no litoral brasileiro.

Algumas espécies de tubarão mais perigosas ao ser humano já foram observadas por ali, mas não são vistas frequentemente, como o tubarão-cabeça-chata (Carcharhinus leucas) e o tubarão-martelo (Sphyrnidae). Entre as tocas, o número de moréias, crustáceos e peixes tropicais garantem um visual extraordinário. Para os experientes, um mergulho noturno no local é indispensável. Usualmente, as excursões para o Grande Buraco Azul duram um dia inteiro, inclusive podendo mergulhar nas proximidades dos recifes.


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