quinta-feira, 21 de abril de 2011

A história do Sapato

Sapato ou Çapato (Dialeto caboclo) é a peça do vestuário que tem a finalidade de proteger os pés. Nos países frios, o mocassim e as botas servem como protetores e aquecedores para os pés, ao passo que, nos países mais quentes, usa-se mais a sandália e o chinelo, protegendo o pé, mas sem o abafar.
Hoje, esta peça transcendeu sua finalidade inicial e serve como adorno e acessório de moda, tendo também uma função social


  A origem


Muitos atribuem aos egípcios a arte de curtir couro e fabricar sapatos, porém, existem evidências de que os sapatos foram inventados muito antes, no final do Período Paleolítico.
Existem evidências que a história do sapato começa a partir de 10 mil a.C., ou seja, no final do Paleolítico, pois pinturas desta época, em cavernas na Espanha e no sul da França, fazem referência ao calçado.
Entre os utensílios de pedra dos homens das caverna existem vários que serviam para raspar as peles, o que indica que a arte de curtir é muito antiga. Nos hipogeus egípcios, que eram câmaras subterrâneas usadas para enterros, e que têm idade entre seis e sete mil anos, foram descobertas pinturas que representavam os diversos estados do preparo do couro e dos calçados.



No Antigo Egito, as sandálias dos egípcios eram feitas de palha, papiro ou de fibra de palmeira e era comum as pessoas andarem descalças, carregando as sandálias e usando-as apenas quando necessário. Sabe-se que apenas os nobres da época possuíam sandálias. Mesmo um faraó como Tutancamon usava sandálias e sapatos de couro simples, apesar dos enfeites de ouro.
Na Mesopotâmia eram comuns os sapatos de couro cru, amarrados aos pés por tiras do mesmo material. Os coturnos eram símbolos de alta posição social.
Na Grécia Antiga, os gregos chegaram a lançar moda, como a de modelos diferentes para os pés direito e esquerdo.
Na Roma Antiga, o calçado indicava a classe social. Os cônsules usavam sapato branco, os senadores sapatos marrons presos por quatro fitas pretas de couro atadas a dois nós, e o calçado tradicional das legiões era a bota de cano curto que descobria os dedos.
Na Idade Média, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro abertos que tinham uma forma semelhante ao das sapatilhas. Os homens também usavam botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado. O material mais corrente era a pele de vaca, mas as botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra.




A padronização da numeração é de origem inglesa. O rei Eduardo I foi quem uniformizou as medidas. A primeira referência conhecida da manufatura do calçado na Inglaterra é de 1642, quando Thomas Pendleton forneceu quatro mil pares de sapatos e 600 pares de botas para o exército. As campanhas militares desta época iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos.
Em meados do século XIX começaram a surgir as máquinas para auxiliar na confecção dos calçados mas, só com a máquina de costura o sapato passou a ser mais acessível.
A partir da quarta década do século XX, grandes mudanças começam a acontecer na Indústria calçadista, como a troca do couro pela borracha e pelos materiais sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis



O Sapato no Brasil

Utilizados somente como proteção dos pés, com a vinda da côrte portuguesa ao Brasil, em 1808, o comércio sofreu um incremento e os costumes europeizaram-se, passado o sapato a fazer parte da moda. Nesta época os escravos eram proibidos de usar sapatos, mas quando conseguiam a liberdade, compravam um par de calçados como símbolo da nova condição social. Como muitos não se acostumavam a usá-lo, viravam objeto de decoração ou de prestígio, carregando-os, orgulhosamente, nos ombros ou nas mãos.
Apesar de existerem várias sapatarias no Rio de Janeiro para atenderem o mercado da alta sociedade local, o calçado normalmente era importado da Europa. No final do século XIX o modelo básico do calçado era a botina fechada de camurça, de pelica ou de seda para as mulheres mais abastadas, e os chinelos para o restante da população feminina.
Nas décadas de 1910 e 1920 o modelo de sapato feminino mais usado no Brasil era o borzeguim ou a botina, evitando os pés expostos, mesmo que os vestidos já tivessem subido seu comprimento.
No pós-guerra houve uma mudança muito grande na maneira de vestir e de calçar. A mulher passou a sair às ruas, praticar esportes e cuidar do corpo, sendo o tênis inventado nessa época. Além disso, como os vestidos encurtaram, os sapatos ficaram mais à mostra, aumentando a preocupação com a estética do calçado.


Cuidados na manutenção
Sapatos podem ser reciclados. Com capricho e uma boa tinta de calçados é possível ganhar sapatos novos com pouco investimento.
• Limpe o calçado com uma esponja seca grossa para retirar sujeiras, pó, resquícios de gordura e forçando uma porosidade na tinta antiga para a fixação da nova.
• Passe a tinta com cuidado, tentando cobrir o couro com uma fina camada sem escorrer. Deixe secar e retoque onde for preciso. Evite acumular tinta. Deixam o couro grosso e podem quebrar com facilidade.
• Passe graxa na cor nova e lustre bem.
• Para conseguir extra brilho nos calçados e bolsas, depois de engraxá-los e escová-los, aplique uma nova camada de graxa com um pano ligeiramente úmido, esfregando com movimentos rotativos. Após, dê brilho com uma meia de nylon ou pano de seda. O sapato fica novo para mais uma estação.
• Para eliminar o mau cheiro dos calçados, use regularmente desodorante para calçados ou pó anti-séptico nos pés.
• Para tirar qualquer tipo de manchas em calçados ou bolsas de camurça, esfregue o local da mancha com miolo de pão.
• Para tirar manchas de gordura: passe uma solução de quatro colheres de álcool retificado e uma colher de sal de cozinha. O que sobrar guarde em vidro bem tampado para usar quando necessário.
• Com o serviço de bons sapateiros, um calçado antigo pode receber, além de novas cores, plataformas atuais ou saltos mais modernos.


Conservando os sapatos com dicas caseiras

• Sempre novos: engraxe-os regularmente. Guarde-os bem secos e entre tiras de mata-borrão, para evitar o mofo.
• Solado: aplique óleo de linhaça antes de usar seus sapatos pela primeira vez. O solado fica mais resistente.
• Botas: guarde-as com o cano cheio de jornal amassado.
• Chuva: aplique camadas de impermeabilizante sobre o couro para que a água não penetre.
• Saches: os de cânfora ajudam a conservar as cores de seus sapatos e bolsas. • Couro duro: faça uma mistura de uma colher de bicarbonato de sódio, 100 gramas de água e uma colher de sal de cozinha. Aplique no avesso para amaciar o couro.
• Cobra: a estampa de cobra ou crocodilo fica nova ao passar uma mistura em partes iguais de glicerina e óleo de rícino.
• Lustra móvel: uma fina camada do produto deixa seus sapatos de pelica sempre novos.
• Vaselina: remove mancha de mofo do couro. Aplique e deixe de um dia para o outro.
• Gordura: ponha talco no local. No dia seguinte, escove com uma escova bem firme.
• Solado de cordas: limpe-o com terebintina.
• Casca de laranja: limpa o couro, recuperando o brilho.
• Couro colorido: limpe-o com clara de ovo batida em neve.
• Brilho: uma camada de benzina entre as engraxadas dá mais brilho no lustro.
• Sapatos e bolsas claras: passe casca de batata ou leite para retirar as manchas.
• Sapatos de tecidos: limpe-os com álcool, benzina ou querosene.

Calçados molhados

Se a chuva encharcou o seu sapato de surpresa, alguns cuidados devem ser tomados para que o investimento não vá água abaixo.
• Não tente secar no fogo, sol ou calor. Pode deformar o calçado para sempre.
• Encha de jornais amassados para absorver o excesso de umidade e impedir que se deformem, secando na sombra.
• Se o sapato ficou rígido e áspero, esfregue um pano umedecido em óleo de parafina. Se o couro ficou duro, passe uma fina camada de vaselina.
• Se ficarem manchados pela água, espere que seque e esfregue vigorosamente um pano de lã. Depois aplicar graxa incolor e lustrar.
• Camurças não devem ser esfregadas enquanto molhadas. Deixe secar e só então escove ou esfregue lixa fininha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário